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Antissemitismo na educação da UNRWA na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA), fornece aos descendentes dos refugiados palestinos de 1948, serviços educacionais na Síria, Líbano, Jordânia, Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza. Sendo responsável nas últimas três regiões pela educação de cerca de 25% dos alunos das escolas palestinas do 1ª ao 10º ano, ou seja, mais de 320.000 alunos em cerca de 370 escolas.

A UNRWA optou desde sua criação, há cerca de 70 anos, por utilizar em suas escolas livros didáticos fornecidos pelos governos locais. Na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Gaza, usa livros escolares fornecidos pela Autoridade Palestina (AP).

Isso gera um sério problema ético, uma vez que esses livros deslegitimam a existência do Estado de Israel, um Estado membro de pleno direito da ONU, além da própria presença de seus cidadãos judeus no país. Os livros também demonizam severamente tanto Israel quanto os judeus, defendendo a libertação da Palestina em sua totalidade, incluindo os territórios israelenses pré-1967, através da violência, ao invés de uma resolução pacífica do conflito, como decretado previamente por resoluções da ONU.

Sendo uma agência da ONU, a UNRWA está comprometida com a neutralidade e a paz, mas o uso de tais livros escolares contradizem nitidamente este compromisso.

Além disso, esses livros também contêm expressões antissemitas, o que torna a UNRWA cúmplice total da doutrinação antissemita pregada pela AP.

O antissemitismo nos livros escolares palestinos é expresso de duas maneiras:

A. Os judeus são apresentados como inimigos do Islã, o que torna a guerra contra eles uma obrigação religiosa.
B. Os judeus são demonizados no contexto do conflito atual.

A seguir estão alguns exemplos:

O Contexto Religioso

Apresentar os judeus da Arábia como inimigos do Profeta Maomé e do Islã, além de atribuir características como traição e hostilidade, são parte da demonização pregada atualmente:

“Mas os judeus [na cidade de Medina] não respeitaram o tratado [que haviam concluído com Maomé] e recorreram a todo tipo de deslealdade, traição e hostilidade, o que obrigou os muçulmanos a lutar contra eles”.

(Educação Islâmica, 7º ano, Parte 1 (2020) p. 52)

Uma das acusações contra os judeus são as tentativas de assassinar o profeta do Islã:

“Um assunto para discussão: As recorrentes tentativas dos judeus de matar o profeta [Maomé]”

(Tarefa, Educação Islâmica, 5º ano, Parte 2 (2019) p. 66)

A Educação da UNRWA inclui até um videoclipe sobre este assunto:

“Vamos assistir ao videoclipe do CD em anexo sobre a tentativa dos judeus de matar o Mensageiro de Deus [Maomé]”

(Educação Islâmica, 5º ano, Parte 2 (2019) p. 65)

Intrigas e teorias da conspiração atribuídas aos judeus em um exercício de linguagem:

“As intrigas e conspirações de judeus foram as razões imediatas para a [fortaleza judaica] expedição de Khaybar.”

(Educação Islâmica, 9º ano, Parte 1 (2020) p. 62)

A primeira de várias lições relacionadas a história de Jesus (que é considerado um dos profetas no Islã) apresenta os judeus como inimigos de todos os profetas de Deus:

“1. Revelando a natureza dos filhos de Israel e sua hostilidade aos profetas.” (Educação Islâmica, 9º ano, Parte 2 (2019) p. 21)

No Contexto do Conflito Atual

Uma das várias acusações falsas contra os judeus:

“Um assunto para discussão: A profanação judaica das tumbas de alguns dos companheiros reverenciados [do profeta Maomé] e dos piedosos, seu vilipendio e remoção dos cemitérios muçulmanos, particularmente em Jerusalém, e na Palestina em geral.”

(Educação Islâmica, 5º ano, Parte 2 (2019) p. 71)

Um verso de um poema ensinado nas escolas em que os judeus são descritos como infiéis e ajudantes do Diabo:

“Onde estão os cavaleiros que libertarão Al-Aqsa [mesquita] das garras da infidelidade, dos ajudantes do diabo? ”

(Língua árabe, 7º ano, Parte 1 (2020) p. 67)

Outra falsa acusação, desta vez contra os sionistas, alegando intenções genocidas contra os palestinos:

“Os sionistas estabeleceram sua entidade [Israel] com base no terror, extermínio e colonialismo.”

(Trabalho, Língua Árabe – Caminho Acadêmico, 10º ano, Parte 2 (2019) p. 28)

Outra falsa acusação contra os sionistas:

“Atividade 5: Vamos olhar para a imagem, tirar conclusões e responder:
[Fotos]
* Descreva o que vê na imagem
* Tire suas conclusões sobre o incêndio na mesquita de Al-Aqsa causado pelos sionistas em 21 de agosto de 1969.”

(Estudos Sociais, 7º ano, Parte 2 (2019) p. 49)

* O incendiário era um turista cristão australiano chamado Michael Denis Rohan, que foi diagnosticado com problemas mentais e devidamente hospitalizado em Israel e, posteriormente, na Austrália.

Um versículo de um poema cantado por alunos do terceiro ano que responde à pergunta: O que deve ser feito com os judeus que sobreviverão à guerra de libertação (em negrito):

“Vamos cantar e aprender de cor:

A Terra dos Nobres
Eu juro! Eu devo sacrificar meu sangue
Para regar a terra dos nobres
E remover o usurpador de meu país
E exterminar os remanescentes dos estrangeiros
Óh país de Al-Aqsa, e do santuário
Oh berço, do orgulho e nobreza
Paciência, paciência, pois a vitória é nossa
E o amanhecer está aparecendo na escuridão”

(Nossa bela linguagem, 3º ano, parte 2 (2019) p. 66)

O terror é parte integrante da luta de libertação. Esta é a primeira página de uma lição sobre um líder de um grupo terrorista que atacou um ônibus civil israelense em 1978, assassinando cerca de 40 passageiros, incluindo 13 crianças:

“Dalal al-Mughrabi
Na frente do texto
Nossa história palestina está cheia de nomes de mártires que sacrificaram suas almas pela pátria. Uma delas é a mártir Dalal al-Mughrabi, que desenhou com sua luta um quadro de desafio e heroísmo, que tornou sua memória eterna em nossos corações e mentes. O texto à nossa frente conta um aspecto do caminho de sua luta”.

(Língua Árabe, 5º ano, Parte 2 (2019) p. 51)

Tradução: Fábio Sanberg Schuchmann

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